sexta-feira, 25 de maio de 2012

Nem sou dama...nem mundana


Não quero parecer mundana, nem sensível dama
Quero ser apenas mulher, fora e também na cama
Não quero ser aquela que vê pecado em tudo
Mas quero meu corpo gritando ardente, não mudo

Não quero ser profana, mas beata também não
Não sou mulher inocente que não aprendeu a viver
Sou a entrega da fêmea que geme, que chora e vai
Sem medo sabendo sentir, do momento, o prazer

Não sei ser pudica escondendo vontades por medo
Do que pensam, do que não vêm, ainda assim vão dizer
Não quero ser minha própria juíza me dizendo não
Me deixo seguir, guiar, viver pelas coisas do coração

Não vou amputar meus desejos da alma, nem do corpo
Matando a vontade por apenas vergonha ou pudor
Não sou como aquelas que matam seus tantos desejos
Em sonhos perdidos na hora mais nobre. Na hora do amor


Vivi dos Anjos








quarta-feira, 23 de maio de 2012

Tua boca divina


Louca, é como me deixas, me fazes ficar,
Se me sussurras as tantas vontades nos momentos
Intensos e mágicos, quando me beijas a nuca,
E tuas mãos, ávidas,  procurando os caminhos
Que ti levem pra onde o prazer pode explodir
Num instante de tanta violenta ternura e prazer.
Louca, é como me deixas, me fazes ficar,
Quando chupas meus seios e tua língua divina
Brincando de ter, entumecem os mamilos
Como botões que ainda verdes querem crescer
E tua boca de anjo, de homem, de macho
Chupando, sugando como se fossem frutas maduras
Me fazem pedir, chorar , gritar palavras indecentes
Que não se aprende em lugar nenhum, só com o fazer.
Louca, é como me deixas, me fazes ficar,
Quando dos seios, lentamente, sem pressa nenhuma
Percorres meu corpo docemente molhando o caminho
E tuas mãos, ainda em mim, brincando de descobrir,
De preparar, de fazer o néctar do desejo fluir,
Quando tua boca, então chega onde tuas mãos
Já não fazem mais sentido ficar. Aí então sinto
O corpo arder, tremer, suar,  pedir sem pudor
Que essa língua me invada, me procure a alma
Que só pra ti, ali eu perdi, então me deixo ficar
Como cadela vadia, no cio, esperando um gozo
Prazeroso e divino gritando alto com a alma solta
Que maravilhosa, amor, é essa tua boca!


Vitória dos Anjos





segunda-feira, 21 de maio de 2012

Só mesmo tu para...


Tu és o que ainda hoje não sei,
Se és meu mal, ou se és meu bem
Mas és o que há muito eu sei
Único... como tu... como ninguém

Por vezes és a calmaria da solidão
Outras, me és a chama da tentação
As vezes és o espaço que absorve e induz
Outras vezes a sombra a apagar-se na luz

Se és apenas e simplesmente um homem
Como tão fácil modificas o tempo?
Se estás perto o fazes rápido como o vento
Se longe estás o fazes de cansado e lento...

Nevoeiro sombrio essa nossa distância
Mas não se perdem os nossos caminhos
Em passos marcados, em pedras que sejam
Escritas que estão por nossos destinos

Se pra mim és um bem, ou que sejas o mal
És fogo ardente, sublime calor natural
Vulcão trepidante em tantas lavas ardentes
Como rio caudaloso de muitas vertentes

Mas se és fogo, de tanto frio me aqueces
Se és rio, para o meu prazer me banhas o corpo
Como macho me deixas excitada e tremendo
Se és água ou fogo, como louca,me deixas gemendo


Vivi dos Anjos


terça-feira, 8 de maio de 2012

Eu? Sou assim...



Eu? Sou menina, sou mulher, inocente e pura
Sonho com amores distantes, príncipes encantados
Ser carregada no colo, ser acordada com um beijo
Recebendo flores, ser até um doce e terno desejo

Eu? Sou mãe, mãe até de fazer algumas vontades
Brincar de cantar, brincar de brincar, correr no quintal
Sou mãe, de contar historinhas, comprar figurinhas
De ir pra cozinha, sou mãe até de andar de avental

Eu? Sou esposa que ajuda, anda do lado, que luta
Que corre entre as horas para fazer tudo acontecer
Aquela que se preocupa, que nada pode esquecer

Eu? Sou mulher que aquece com cheiro de fêmea
Sou puta, sou prostituta, na cama nada deixo perdido
Sou assim. Gozo, por que tudo no prazer é permitido


Vivi dos Anjos




Corpo, alma e prazer


Andar sobre meus medos de alma virgem
Como se o pecado não pudesse ser perdoado
Como se as orações não dissessem pra gente
Pecado é nem tentar a prole ter multiplicado

Tento, grito tentando, gozo tentando, fazendo
Tentar! Não é pecado, é fazer de outro jeito
É ser tudo, sonhos, desejos, mulher e até...
Quando se quer realmente, por tudo se luta

Ser inocente,  ser incoerente, ser indecente
Na cama? Ortodoxo mas é apenas ser coerente
Na conjugação mais natural de alma e gente

Como se a alma gritasse de vontade incontida
Como se o corpo de si se fizesse essência da vida
Como se as duas pagassem ao prazer toda uma dívida


Vivi dos Anjos



Meu inocente pecado


Hoje quero enganar o mundo, sorrindo
Brincando de beijar, de sonhar, de ser
Aquela mulher que com a alma grita
Vontades loucas, cruas  por tão aflita

Hoje não quero ser razão, talvez loucura
Uma loucura que se perde na inconsciência
Que grita de gozo inocentes blasfêmias
Ao sentir-se pecadora, sentir-se fêmea

Hoje quero gritar palavras indecentes
Gritar minhas vontades sem demagogia
Deixar nas beatas suas faces rubras
E sentir até na alma o gosto de uma orgia

Sem me importar com sussurros ou gemidos,
Com gritos de macho ou gritos de fera
Sem saber quem domina, quem é dominado
Quero só fazer de inocente o mais indecente pecado




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